Esta pesquisa teve por objetivo realizar a análise das mortes violentas intencionais de policiais militares no período de 2012 a 2016 no estado de Minas Gerais, adotando-se como marco conceitual a classificação do Fórum Brasileiro de Segurança Púbica, que compreende como morte violenta intencional os eventos decorrentes de homicídio doloso, roubo seguido de
morte (latrocínio) e lesão corporal seguida de morte. Trata-se de pesquisa inédita no âmbito estadual e, até mesmo, nacional, posto que, em Minas Gerais, não há rastros de estudos acadêmicos sobre esse assunto, ao passo que, num cenário mais macro, são raras as pesquisas acerca das mortes dos Encarregados de Aplicação da Lei. A pesquisa realizada é explicativa,
quantitativa e descritiva, baseada no método indutivo e fundamentada na técnica de documentação indireta. Para o seu desenvolvimento buscou-se teorias modernas da área de Criminologia e Criminalidade, bem como pesquisas recentes acerca das mortes violentas intencionais. Em seguida, com base em dados fornecidos pela Corregedoria, Diretoria de Inteligência e Assessoria Estratégica de Pessoal da Polícia Militar de Minas Gerais,
corroboradas por informações extraídas de sites governamentais, foram feitas análises das circunstâncias, grau de elucidação e, principalmente do perfil do policial militar vitimado. Consequentemente, constatou-se não haver indicativos de queda ou ascendência do número de mortes violentas intencionais de policiais militares no período de 2012 a 2016. Ao mesmo
tempo, verificou-se que a maioria dos militares foi morta por disparo de arma de fogo, no período de folga, cuja causa presumida foi o latrocínio, e que o grau de elucidação dos casos em estudo foi cerca de dez vezes maior do que a média nacional de esclarecimento. Além disso, apurou-se que os militares possuem cinco vezes mais probabilidade de serem vítimas de latrocínio do que os demais cidadãos mineiros. A pesquisa demonstrou a existência de um
perfil de militar vitimado: Praça, do sexo masculino, com faixa etária de 30 a 49 anos, casado, ancorando-se na conclusão de que há a necessidade de se estabelecer controle sistematizado dos dados por um único setor da Corporação e sua divulgação para seus integrantes. Observa-se, por último, também, a imprescindibilidade do acompanhamento sistemático sobre o
andamento da persecução penal, a fim de garantir a punibilidade dos infratores.